Sobre o ENEM
Não quero causar nenhuma polêmica, mas acredito que a adesão precipitada da Universidade Federal do Acre ao ENEM poderá trazer dificuldades aos estudantes acreanos. Não estou afirmando que nossa gente não tem capacidade de disputar com cidadãos de outros estados da federação, mas não podemos deixar de considerar o tempo que os estados tiveram para se estruturar no curso da história onde, por exemplo, o Estado de São Paulo registra estrutura social organizada desde 1532, enquanto o estado do Acre em 1904 dava seus primeiros passos organizacionais, sendo elevado a categoria de estado somente em 1962.
Desta forma, apesar dos consideráveis avanços da educação acreana nos últimos anos, nossos estudantes terão que enfrentar no próximo dia 22 e 23 de outubro, colegas das mais renomadas redes privadas de ensino do país. Sendo que antes, estes concorrentes para postular uma vaga na UFAC tinham que se deslocar de suas cidades para o nosso estado, para fins de realização da prova, sendo que agora, estes poderão realiza-la comodamente em suas cidades.
Sobre a reciprocidade do ENEM em relação aos demais estados, não podemos negar, que é sempre mais difícil para um estudante acreano com delicada condição de renda se deslocar para um grande centro urbano do país, do que para um estudante, por exemplo, classe média de um grande centro urbano se deslocar para o interior.
Não se trata de bairrismo, mas temos que reconhecer que estamos colocando nossos educandos numa situação adversa, onde a competitividade desproporcional poderá condicionar centenas de jovens acreanos a ficar fora da Universidade, sobretudo, quando nos referimos a cursos cuja mão de obra está escassa em nosso estado, tais como: medicina, engenharia civil, direito etc.
