domingo, 16 de outubro de 2011

Por que mudar?

Antes de responder qualquer questionamento, sobretudo quando se trata de um assunto político partidário, faz-se necessário compreender alguns aspectos históricos e sociais, para desta forma formularmos uma concepção crítica do que é fato e do que é factoide.

Ao responder a pergunta exposta acima, levando em consideração à cidade de Cruzeiro do Sul, devemos realizar uma viagem no tempo para compreender através da história que o processo de povoamento da Região do Juruá, assim como em todo o Estado do Acre sofre forte influência dos dois ciclos da borracha e consequentemente mantém relação com as duas guerras mundiais. Esmiuçando este fato, faz-se importante lembrar que o ciclo da borracha além de caracterizar um importante fator de desenvolvimento na região em debate também é símbolo da presença do coronelismo da borracha, ou seja, da exploração da maioria por uma minoria (seringalistas) que postavam-se como senhores maiores que o próprio estado, capazes de julgar e até mesmo condenar a morte aqueles que porventura contrariassem seus desígnios.

Além disso, durante e após a segunda guerra mundial houve um ciclo de refúgio de sírios, libaneses e turcos para a região do Juruá, cuja cultura influenciada, sobretudo pelo Islamismo, trouxe para região um comportamento conservador que se agravou com a chegada de alemães provenientes da região da então Alemanha Oriental, controlada pelos soviéticos, que trouxeram para Cruzeiro do Sul uma concepção educacional que pregava uma verdadeira abominação a qualquer movimento social com a presença de idéias socialistas.

Corroborando com estes fatos, na década de 60 veio a ditadura militar que criou novos “senhores” na região, permanecendo a sensação quase que “constitucional” de submissão da maioria (povão, proletariado) aos interesses das elites constituídas e avalizadas pelo poder do estado.

Entretanto, com a retomada do estado democrático e com a chegada do fenômeno da globalização houve um choque social na cidade de Cruzeiro do Sul. A elevada taxa de fecundidade, o êxodo rural, sobretudo dos seringais, a inflação e o comportamento pouco responsável do estado que se omitia em priorizar saúde, educação e até mesmo o pagamento em dia do salário dos servidores públicos, levou a sociedade a uma situação de colapso.

Foi quando em 1998 Jorge Viana do PT assumiu o governo do estado do Acre, estabilizou a economia local e reestruturou em seu primeiro mandato a sucateada estrutura do poder público no estado. Porém, apesar de fazer um governo exemplar, alguns grupos iniciaram um processo de difamação das ações do governo Jorge em Cruzeiro do Sul, acusando o PT de ser perseguidor, em razão da justa tributação que passou a ser cobrada de muitos que se esquivavam dos tributos e ainda assim repassavam ao consumidor as alíquotas como se estivessem pagando por estes.

No segundo governo de Jorge Viana, no governo Binho Marques – PT e Tião Viana - PT se concretizou a estruturação do estado e deu-se início ao processo de industrialização e fortalecimento da economia para a geração de empregos. Neste período Cruzeiro do Sul e região foram agraciadas com obras e ações das quais podemos citar: porto de Cruzeiro do Sul;

Maior programa habitacional da história do Acre; Investimentos milionários em saneamento básico; Estruturação dos prédios e órgãos públicos; Hospital Regional do Juruá; Hemonúcleo;

Laboratório Regional de Análises Clínicas; Investimentos em infraestrutura urbana; Estádio Arena do Juruá; Hospital da Mulher e da criança do Juruá; Ponte da União (Rio Juruá); BR 364;

Programa ruas do povo; Programa de combate a miséria; Maior programa de agricultura familiar e produção da história do Acre; Reorganização e estruturação do serviço público; política de inclusão digital, etc.

Nos dia atuais vivenciamos o governo Tião Viana – PT, cuja postura proativa está voltada para o desenvolvimento pleno do interior e para o importante desafio de renovar o Acre renovado. Um Acre onde cerca de 20% do eleitorado são jovens livres das amarras que os coronéis colocaram em nossos antepassados, portando, livres de alienação e dispostos a mudança.

Por estes e outros argumentos, acredito que o coração do cruzeirense está sensível a necessidade de transformarmos nossa sociedade em um lugar caracterizado pela presença da justiça social e da ação responsável do poder público em benefício de todos.

 
Copyright (c) Marcelo Siqueira