domingo, 2 de outubro de 2011

2012: Política x Politicagem

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” A máxima de Voltaire reflete o exercício diário de permitir e possibilitar o debate, afinal já dizia Tancredo Neves “Não são os homens, mas as idéias que brigam.” E nesta verdadeira luta de Dom Quixote contra um moinho, muitos vão criando seus dragões e por acharem este ser mitológico tão viril iniciam por vezes um lúdico ou outrora indecoroso combate.

Romantizo, visto que não há nada mais repugnante que o debate sem princípios e fora de foco no contexto eleitoral, sendo este um mecanismo para suavizar o lado ruim que a política trás.

Tenho repetido incansavelmente que para falar das eleições 2012, precisamos antes enxergar os diversos problemas sociais pelos quais nossa sociedade vem passando. É preciso que tenhamos a clareza de apresentar um projeto para Cruzeiro do Sul que viabilize a geração de emprego e renda, que fortaleça a produção agrícola, sobretudo na agricultura familiar, que melhore os indicadores educacionais, que viabilize mais saúde para o povo e que acima de tudo garanta o bom uso do erário público.

Não cabe a nós produzir presunções de quem é o melhor por aptidões particulares, já que este me parece ser o mais medíocre dos diálogos. Não estamos discutindo quem é o melhor caminho, mas qual é o melhor caminho.

A política acreana vive um momento delicado e com uma estranha perspectiva. Imaginem se os principais meios de comunicação do país começassem subitamente a publicar a opinião de figuras como José Roberto Arruda, envolvido em um gigantesco escândalo de corrupção, como algo a ser considerado primordialmente, quase um exemplo a ser seguido. O que parece absurdo passa por nós cotidianamente na opinião do algoz jornalista que como diria Jânio Quadros “tenta citar as escrituras, valendo-se de asmodeu e satanás”, ou seja, exalta corruptos, publica suas opiniões e persuade o leitor, realizando um serviço contrário ao que preza os princípios da moral e da ética, visto que liberdade de imprensa não é libertinagem de imprensa.

Contudo, reza o ditado popular de que “somente se atiram pedras em árvores que dão frutos” e neste consolo de quase resignação seguimos nosso caminho, trabalhando honestamente todos os dias, difundindo conhecimento, praticando a caridade e pensando em maneiras de mudar para melhor a vida de nossa gente.

 
Copyright (c) Marcelo Siqueira