quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aos mais jovens...

Às vezes nos finais de tarde, tenho o privilégio de da varanda de minha casa observar os jovens estudantes que rumam para suas casas após a aula na Escola Professor Flodoardo Cabral, mais conhecida como Escola Técnica. Meninos e meninas que muito tem haver comigo, quando tive a mesma idade. E olhando para estes, sei o quanto são sonhadores, mas também sei que a ingenuidade tem a mesma medida dos seus sonhos.

Digo isso, pois por detrás de cada sorriso exagerado, de cada cabelo colorido ou roupas “estranhas” existe uma tentativa de ser especial, cada um a sei jeito ou de acordo com sua “tribo”. O que eles não sabem, mas devem desconfiar, é que seus pais provavelmente fizeram coisas diferentes, em seu tempo, com o mesmo objetivo.

Olhando para os rapazes, me aperta o peito em saber que muitos gostariam apenas de ter as condições mínimas para pagar um simples sorvete numa tarde de domingo para a namorada. Já que provavelmente estes fantasiam uma chegada triunfal à aula em um possante só para impressionar as garotas.

As meninas colorem o mundo, sonham com príncipes e no fundo gostariam de poder comprar muitas e belas roupas, de todos os preços, visto que para estas a beleza é algo fenomenal.

Todos sonham com uma vida estável e feliz e assim devem sonhar. A tecnologia, a moda, a vaidade, são atributos normais de nossa sociedade. Anormal é a pobreza, a má distribuição de renda, o latifúndio, o desemprego etc.

Digo isso, porque estes jovens precisam descobrir logo que aqueles números “chatos” dos jornais, as siglas como o IDH e os programas de governo, muito interferirão no futuro deles. E que apesar do momento lúdico que vivem, cada um já sabe no silêncio noturno o fardo que carregam em suas famílias.

Se eu pudesse pararia um a um na ladeira e diria, mesmo correndo o risco de ser chamado de louco:

Amigo, você não precisa de um sobrenome “nobre” para prosperar na vida. Nossos antepassados foram vítimas do barracão e para sobreviver se submeteram a muitas humilhações. Mas graças a eles hoje estamos aqui. E não estamos aqui por acaso, já que nossa missão é devolver a dignidade a todos, sem distinção.

O Ipad, o notebook, a boa roupa, o belo calçado e muitos outros objetos também podem ser seus. E por que não? Pobreza não é condição de nascimento, nem tão pouco uma sentença imposta para a maioria. Apesar de não esconder que ela é uma adversária difícil de ser vencida, porém, não é impossível.

Por isso, movimente-se e faça o futuro acontecer da melhor forma possível.

 
Copyright (c) Marcelo Siqueira