domingo, 30 de outubro de 2011

O Acre em reflexão

O Acre em que eu nasci felizmente não é o mesmo Acre em que eu vivo hoje.

Por um instante, pense nos problemas sociais que ainda temos que superar nos dias atuais, mas antes emitir um juízo de valor sobre a sua perspectiva atual faça o seguinte exercício:

Imagine agora um Estado onde para se comprar um quilo de carne bovina você precisaria levantar às três da manhã e enfrentar uma fila conhecida como “cobrinha”, onde ao chegar a sua vez, o açougueiro lhe disponibiliza apenas canela ou cabeça de boi, visto que as demais carnes já foram entregues em domicílio para os coronéis de barranco;

Imagine um único hospital, onde as luvas descartáveis são lavadas e reutilizadas e onde a mesma agulha é utilizada em vários pacientes;

Imagine cidades sem um colégio de segundo grau, onde os cidadãos são condicionados ao ensino incompleto;

Imagine o isolamento total, cujo centro urbano mais próximo está 30 dias de balsa;

Imagine um estado inteiro praticamente sem Ministério Público, sem judiciário, sem defensoria pública, sem delegados, sem polícia;

Agora imagine o quanto seria difícil mudar tudo isso em um prazo de cerca de 12 anos.

Você não precisa imaginar, pois muitas foram as mazelas que deixaram de existir em nossa terra, em nosso Acre.

Por fim, imagine você votando em quem fez seus pais, avós, amigos enfim, todos sofrerem tanto, por um período muito superior muito superior que os últimos 12 anos de evolução, porém, sem adiantarmos um passo!

Eu posso compreender a defesa do modelo velho, feita por quem recebe gordas quantias para fazer isso em público. Mas, jamais conseguiria entender se isso ocorrer espontaneamente de você.

Por isso, continue a imaginar e a relembrar o passado, pois como diria o revolucionário "um povo que não conhece a sua história está condenado a repetí-la"

 
Copyright (c) Marcelo Siqueira