terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um dia com Zilda Arns

Era dia 21 de agosto de 2008 numa tarde Juruaense comum para a época do ano, com muito calor e um sol escaldante. Mas, quem se importava? A medida que aeronave taxiava na pista eu continuava lá, com um sorriso no rosto e um buquê de flores nos braços, pois estava prestes a receber a respeitável Dra. Zilda Arns.
Eu não tinha noção do privilégio, minha amiga e então coordenadora da Pastoral da Criança em Cruzeiro do Sul, Irmã Inês, me incumbiu à missão de recepcioná-la. E foi ali que eu há vi, sorridente e
com uma disposição invejável, vindo em minha direção.
No aeroporto se ouvia o frisson das crianças, felizes a cantar. Não, não era um pop-star da música, era Zilda Arns. Talvez os pequeninos filhos de pais privilegiados financeiramente se assustaram com aqueles outros pequeninos, sem entender que para quem vive na pobreza, não é o rádio que cativa os fãs e sim a mão que doa o futuro na forma de pão.
Como num filme acelerado, minhas lembranças seguem...
Recordo do instante em que oportunamente pude discursar para aquela pessoa tão especial! No horizonte, curiosos procuravam entender o que acontecia, afinal, ali estava aquela que era famosa por fazer caridade, fato que restringia a sua fama, visto que muitos não se interessam por caridade hoje em dia.
Da rotina da visita até o singelo tchau...
Não sabíamos que era um adeus, mas ela se foi, com sua nova missão de procurar novos filhos pelo mundo. E como lição, no pobre Haiti, em um terrível terremoto ela partiu para a eternidade, juntamente com milhares de outros irmãos que ela sempre procurou proteger.
 
Copyright (c) Marcelo Siqueira